Discutir cuidados paliativos com crianças do ensino fundamental pode parecer um desafio, mas é crucial iniciar essa conversa desde cedo para desmistificar o tema e promover uma compreensão mais humana sobre a saúde, a doença e o fim da vida. Ao introduzir esse conceito aos mais jovens, estamos cultivando sementes de empatia, compaixão e respeito que podem se desenvolver ao longo de suas vidas.
Um exemplo inspirador dessa abordagem vem da EMEB Manoel Rodrigues Villarinho Filho, aqui em Monte Azul Paulista. A escola demonstrou a importância de integrar esses ensinamentos de forma lúdica e eficaz, participando do 11º Festival Cuidar, um evento promovido pelo Hospital de Amor de Barretos em parceria com o Hospital São Judas Tadeu.
O grande diferencial foi o protagonismo dos próprios alunos, que se empenharam na preparação de tudo para o festival. Eles não só abraçaram a ideia de falar sobre cuidados paliativos, mas também dedicaram tempo e talento na criação das paródias e coreografias, orientados pelos professores. A Professora Elisangela Ferreira das Neves liderou a equipe de dança, composta por oito alunos, enquanto o Professor Rogério Bucci foi o mentor da equipe de paródia, também com oito alunos.
A jornada da EMEB Manoel Rodrigues Villarinho Filho no festival foi completa e desafiadora. A escola passou pelas três fases do Quiz, demonstrando o conhecimento adquirido pelos alunos sobre o tema. Em seguida, os vídeos das apresentações passaram pela rigorosa aprovação da banca avaliadora, garantindo a qualidade e adequação do conteúdo. Por fim, o ápice foi a apresentação ao vivo para os jurados técnicos, um momento de grande emoção e demonstração de todo o trabalho realizado.
Esse envolvimento direto e a dedicação das duas equipes de alunos, somados à valiosa orientação dos professores, resultaram em uma performance excepcional: a EMEB Manoel Rodrigues Villarinho Filho se destacou, conquistando o título de tricampeã do festival ao vencer em ambas as categorias.
Essa conquista não só evidencia o talento e a criatividade dos alunos, mas também a capacidade da escola de abordar temas complexos de maneira sensível e envolvente. Ao permitir que os estudantes fossem os protagonistas na preparação e ao contar com a valiosa orientação de seus professores, a escola reforçou a mensagem de que a educação sobre cuidados paliativos pode e deve começar cedo, capacitando-os a serem agentes de empatia e compreensão em suas comunidades.
Texto: Professor Rogério Bucci